Por muito
tempo se acreditou que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade era
algo sem muita importância, que não traria grandes consequências na vida dos
pacientes e que os sintomas como desatenção e hiperatividade logo cessariam com
a puberdade. Entretanto, na última década, esta visão de pouca importância para
com o TDAH se modificou e o número de diagnósticos desse transtorno no contexto
escolar vem crescendo a cada dia.¹
Este aumento no número de diagnósticos não só
vem chamando cada vez mais a atenção dos pais, professores e pedagogos, mas
também de pesquisadores que se voltam para entender melhor este transtorno do
desenvolvimento que afeta a atenção, o controle de impulsos e o nível de
atividade (BARKLEY, 2002).¹
Segundo
Meister (2001), este é o diagnóstico mais comum em crianças que são
encaminhadas a algum atendimento médico ou psicológico, por demonstrarem
comportamentos que são tidos como inadequados para a escola, causando baixo
rendimento escolar ou mesmo dificuldades na aprendizagem, mesmo não sendo este
um transtorno da aprendizagem.4 A consequência desta íntima relação
que acaba existindo entre a sala de aula e o TDAH sobrecarrega o professor com
a responsabilidade de identificação do diagnóstico de seus alunos.4
Diagnóstico
Como se
percebe que uma criança tem TDAH, se este é um transtorno que engloba sintomas
que são comuns em portadores e não portadores, tais como dificuldade de
concentração, falha na finalização de tarefas ou inconsistência na realização
de um objeto definido? A resposta é entender que o TDAH é um problema crônico e
que pode vir a se estender para a adolescência e a vida adulta trazendo consigo
problemas comportamentais, emocionais e sociais. Por isso, é tão importante um
diagnóstico ainda nos primeiros anos de vida do indivíduo. ( BARKLEY, 2002)
Segundo o
DSM-IV existem informações importantes para saber se um indivíduo tem ou não
este transtorno, como por exemplo:
- Alguns dos sintomas de desatenção ou hiperatividade/impulsividade já estarem presentes antes dos 7 anos de vida.
- Que estas dificuldades ocorram em pelo menos dois ambientes diferentes (como em casa e na escola, por exemplo).
- E que nos últimos 6 meses venham trazendo problemas na vida familiar e escolar do indivíduo.²
O levantamento
destes sintomas deve ser feito por meio de entrevista com os pais da criança,
onde devem ser levantadas as queixas e os sintomas, buscando sempre relatos do
comportamento dela tanto em casa como em atividades sociais. Os professores
também devem ser inquiridos sobre o comportamento da criança durante as aulas
(desempenho nas atividades) e em momentos do intervalo (relacionamento com
colegas e outros adultos). Questionários e escalas de sintomas devem ser
preenchidos pelos pais e professores, a criança deve ser observada no
consultório, bem como deve ser feita uma avaliação neuropsicológica,
psicopedagógica e fonoaudiológica.²
Intervenção Psicopedagógica
Uma criança
com TDAH apresenta dificuldades de manter a atenção e a concentração, e isso trás
como consequência um possível desinteresse e indisciplina em atividades que
precisam de responsabilidade. O tratamento é medicamentoso, mas também
necessita de intervenção psicopedagógica, que busca oferecer subsídios para a
educação inclusiva de crianças com o Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade.
O papel do
psicopedagogo vai abranger algumas esferas importantes para a vida do indivíduo
portador de TDAH, como ajudar a criança neste déficit, dar apoio ao professor
que muitas vezes não sabe lidar com um aluno portador de TDAH e orientação
familiar.
Conforme
Benczink (2002), o acompanhamento psicopedagógico é importante, já que auxilia
na aprendizagem, atuando diretamente nas dificuldades escolares que são
apresentadas pela criança, suprindo a defasagem, reforçando o conteúdo para
permitir a aquisição de novos conhecimentos.²
Família – O papel do psicopedagogo também é de trabalhar
junto à família, mostrando que ela tem um papel muito importante, podendo ajudar
no tratamento de diversas formas como o de manter um diálogo aberto entre os
pais e os filhos e estabelecer regras claras de comportamento. Tendo de
conhecer o máximo possível sobre a temática do TDAH, visando orientar os pais de
como lidar com as dificuldades apresentadas por esta criança.5
Professores – Cabe ao psicopedagogo esclarecer ao educador que ele deve
buscar avaliar a criança com TDAH considerando o esforço da criança e não se
conseguiu ou não terminar uma tarefa, e também para não vir a rotular o
indivíduo com TDAH como incapacitado no processo de aprendizagem. Goldstein
(1994) aponta que uma criança com TDAH pode ser tão inteligente quanto qualquer
outra, sendo de extrema importância que se ofereça os estímulos necessários
para não tornar a escola como um ambiente chato e odiado pela criança com o
transtorno.5
Aluno – As contribuições da psicopedagogia para o aprendizado do aluno são em varias áreas como: detectar os principais pontos de dificuldades, criação de técnicas acadêmicas eficazes para o bom desempenho na vida acadêmica do aluno e incentivo a leitura.5
O psicopedagogo surge como uma especialidade do pedagogo ou psicólogo. Sendo assim o suporte emocional para a família será uma atividade desse profissional?!
ResponderExcluir