Nossa entrevista de hoje é com o
Ivan Monticelli, 60 anos, portador
de TDAH e participante-voluntário de grupos de apoio online. Ele nos
contou como foi receber o diagnóstico, as intervenções utilizadas e a
importância de se superar a desinformação sobre o tema.
Nossa entrevista de hoje é com o
Ivan Monticelli, 60 anos, portador
de TDAH e participante-voluntário de grupos de apoio online. Ele nos
contou como foi receber o diagnóstico, as intervenções utilizadas e a
importância de se superar a desinformação sobre o tema.
de TDAH e participante-voluntário de grupos de apoio online. Ele nos
contou como foi receber o diagnóstico, as intervenções utilizadas e a
importância de se superar a desinformação sobre o tema.
QSQ:TDAH - Quais sinais ou eventos te levaram a desconfiar de que algo estava “errado”?
Ivan - Bom, desde pequeno me achava diferente, desadaptado e buscava entender. Tinha dificuldades de relacionamento com amigos, muita zombaria com meu jeito de ser e eu não entendia o porquê. Buscava o conceito de ser normal, pois todos me chamavam de louco entre outros apelidos.
QSQ:TDAH - Em que momento você procurou ajuda especializada?
Ivan - Enquanto
jovem busquei na religião um entendimento de mim mesmo, uma resposta. Passei
por várias religiões sempre levando a sério e com responsabilidade. Mas não
ajudou... Fiz terapia algumas vezes e N.A. (neuróticos anônimos). Tudo isso me
ajudou bastante, mas não era o conforto que esperava. Estudei
sobre temperamentos, horóscopo e cursos de controle da mente. Tudo em vão!
QSQ:TDAH - Como
você se sentiu quando foi diagnosticado com TDAH? Quais eram os seus temores?
Ivan - Senti um
forte alívio de me ver descrito num quadro conhecido. Eu não era louco! E muito
medo de que fosse mais uma tentativa fútil de me entender e me encontrar. Ao
saber que poderia precisar de medicação senti muito medo por desinformação e a
preocupação de dependência, efeitos colaterais etc.
QSQ:TDAH - Qual foi a sua postura diante do seu diagnóstico? Ou qual foi a sua primeira atitude?
QSQ:TDAH - Qual foi a sua postura diante do seu diagnóstico? Ou qual foi a sua primeira atitude?
Ivan - Aceitei,
embora meio assustado. Procurei estudar tudo que pude sobre o tema, entrar em
um grupo de apoio e fazer TCC (terapia cognitivo comportamental). Pensei: piorar
é impossível, pois já estava com pensamentos de morte e de desesperança.
QSQ:TDAH - Na
sua opinião, o que deve ser feito ao receber um diagnóstico de TDAH?
Ivan - Uma vez
tendo sido diagnosticado por especialista em TDAH, muita psico educação, avisar
os entes queridos e pessoas de convívio, buscar apoio da família e se ajudar
ajudando outras pessoas a superar as dificuldades e a desinformação. Se tornar
um voluntário.
QSQ:TDAH - O
seu TDAH se manifesta de alguma forma específica (subtipos)?
Ivan - Como dizem, sou um “Tedeagazão”: hiperativo-impulsivo com comorbidades associadas.
QSQ:TDAH - Quais
são os transtornos comórbidos associados?
Ivan - Descobri que
tenho ansiedade, depressão e TOD (transtorno positivo desafiador).
QSQ:TDAH - O
TDAH já te trouxe (ou traz) algum tipo de problema e/ou limitação?
Ivan - Sou muito
competente e trabalhador, mas, uma vez terminado o desafio não consigo permanecer
no mesmo trabalho, curso, amizades. Procuro sempre mais.
QSQ:TDAH - Você
utiliza algum tipo de estratégia ou técnica para minimizar possíveis problemas?
Ivan - Muitas. Ando
com um gravador para anotar minhas ideias e pensamentos, bilhetes, agenda e me
mantenho sempre estudando novas formas de ver a aprender.
QSQ:TDAH - Em
quais tipos de tratamento você já ouviu falar? Já passou (ou ainda passa) por algum
deles?
Ivan - Consultas
mensais com psiquiatra, grupo de apoio, TCC, medicação, psico-educação e
engajamento. Converso sempre com a família e pessoas próximas, pois sei que é
difícil para um neuro-típico entender o TDAH.